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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Dor de amor




Dizem os entendidos, que a dor de amor dói para sempre. Não sou especialista nem o pretendo, mas julgo que o tempo varre as folhas caducas das árvores e sopra para longe os estigmas do amor.

Uma amiga disse-me um dia, que pensava seriamente que a dor que sentia iria durar para sempre. Que seria eterna.
Sabia que não era dor física, daquelas que um simples analgésico faria travar, ou mesmo amenizar.
Dizia-me ela que não tinha tido a sorte de ter encontrado um amor tranquilo. Era um amor dificultado por diversas razões. Claro que eu conheci-a bem e sabia do que falava.

- Sinto o meu coração esfarrapado como trapos finos e gastos. Dói.
Eu tinha consciência que aquele coração estava ferido que sangrava com o rasgo da dor.
Na sua cabeça, apenas via a imagem do amor na silhueta de um homem.
Que algum tempo a esta parte sentia o chão a fugir-lhe aos pés, um enorme buraco em que não queria cair. Mas, que por vezes pensava em lá se sepultar.
Não, queria viver. Viver bastante para lhe gritar aos ouvidos até o ensurdecer com a palavra amor.
Viver, para explodir o peito com tanto chorar.
Viver, para se poder matar e matá-lo.
Viver, para o matar para tentar renascer.
Viver, para sorrir quando ele sorria, chorar quando ele chorava, enfim poder transmitir-lhe o que sentia, de modo a que ele igualmente o sentisse da mesma forma.

Por vezes queria ter o condão de lhe poder abrir o peito arrancar-lhe o coração e colocar lá o meu.
- Vá toma… experimenta amar-me como eu te amo.
Outras vezes, rasgar o meu peito, tirá-lo dentro de mim e dizer-lhe:
- Vai… esquece que eu existo. Vai… segue o teu caminho. Já não preciso de ti.
No entanto venci-me. Matei-o no meu coração. Doeu! Muito. Uma dor que não se apaga e que incendeia pelo enorme ardor que emana.
Oh, triste ilusão! Um amor deste tamanho não se consegue matar.
- Sonhei tantas vezes com o momento de te deixar que cheguei a odiar-te. Sabias? Amava-te, odiava- te. Odiava mas amava.
Sufocava-te com o meu desejo. Estava viciada em ti de tal modo que já não sentia sofrimento quando me injectavas com a agulha da tua apatia.
Viciavas-me com teu olhar, afogavas-me com a tua voz e afundaste-me com o teu beijo.
Sei que dificilmente vimos à tona depois de nos afogarmos nas águas revoltas de uma paixão. E enquanto disputamos as ondas do tempo que nos querem atirar de novo para o fundo de nós e novamente nos enlaçar com o eterno sofrimento, eis que o tempo corre… passa, e volta a passar.

Hoje tenho que dizer que tens razão. Ainda te amo. Mas calmamente, com a suavidade dos anos. Sim! Ainda te amo. Mas já não me consegues viciar com os mesmo olhar e agora permito-me amar outras pessoas.
Sim! Na realidade ainda te amo. Todavia já não me afogas com a mesma voz e permito-me viver sem ti.
Sim! É verdade que ainda te amo. Mas na realidade o teu beijo deixou de ter a força gigante de quando me afundava em ti e permito-me existir para mim.
Mas ainda te amo.

Texto: JC

Imagem : Google

4 comentários:

Raquel Vasconcelos disse...

O tempo passa e acalma as nossas angústias... colocamos o amor em perspectiva...
só não sei quantos anos demora um amor a fenecer...

Madrigal disse...

Gostei imenso do teu texto, que encerra verdades pungentes, palavras de atrevimento, tão desmascaradas. Ainda bem que a blogosfera tem pessoas de boa prosa, como tu. Parabéns e um abraço. Jorge.

Ana Carolina disse...

Que belo texto!
Como tudo o que se escreve por aqui. Voltarei muitas vezes. Obrigada pelas simpáticas palavras no meu humilde espaço.

Anónimo disse...

adorei o seu texto , gosto mt de uma pessoa e ja perdi ela varias vezes e estou prestes a perder de novo , ja sofri tanto que to fazendo de tudo pra nao sofrer de novo , so que esta sendo mt dificil , minha vontade é de sumir , na verdade eu ja nem sei o que fazer e no que devo pensar! ;x