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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Odeio amar-te!


Mata-me e amarra-me. Prende-me numa masmorra fria e sombria onde jamais possa sentir o calor humano.
Amarra-me com a força do ódio que renasce a cada dia como o brilho do sol ao romper da manhã.
Odeio esta vida que não me pertence e este corpo que não condiz com a minha alma.
Estou exausto de amar o ódio.
Esgotado que esperem de mim, aquilo que não possa dar.
As horas passam, os dias, as semanas, os meses, os anos, os séculos, os milénios e eu continuo amarrado a este chão infértil, onde nascem ervas daninhas que me garreiam os pés e me impedem de caminhar.
Manipulas cada nervura do meu cérebro, agitas cada hormona do meu corpo, cada átomo das milhas células e tens a perícia de acender esta fogueira de descontrolo que há em mim! Que raiva, que dor, que vontade de te bater, de me bater.
Odeio esta vida madrasta de escravidão, este amor que me faz prisioneiro sem julgamento. Odeio ser frágil e não há outra palavra que melhor possa definir-me. Odeio-me.
Odeio-me porque te amo, odeio-me porque amei, odeio-me porque existe o amor, odeio-me por ter sentimentos, odeio-me por ter coração, odeio-me por me ter conhecido. Odeio-me por te ter conhecido.
A decepção quebra o meu reflexo no espelho e este olhar esguio de pupilas dilatadas de raiva, preso em memórias e perdido no tempo fica divagando pelo ar abafado de suor do cansaço do amor fino que resvala por mim sem me aperceber.
Quem me dera fazer dos meus erros e do meu amor um soneto sem regras.
Nunca pensei dizer isto porque te amo, mais do que algum dia amei e amarei alguém, mas odeio-te com todas as letras, porque amar-te é o meu desconcerto, o meu fim, tudo o que existe de mau em mim.
E se os nossos caminhos forem diferentes, promete-me que me encontras no final.