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segunda-feira, 25 de junho de 2012

O distante grito do dia em que o vento soprou sem cor





Grita
Solta o teu grito amarrado no teu peito ofegado do nada
Grita
Se quiseres pedir ao sol que ilumine a tua sombra
Grita
Quando quiseres soltar as ondas do vazio do mar morto sem ondas
Grita
Para escutares a melodia de um olhar desafinado como a voz que te persegue


Dedilha as cordas dos versos de amor, sem amarras, sem afectos
Pede ao vento que os sopre sobre mim para que me desuna do desespero
Ordena ao vento que espalhe o odor da saudade da trova que passa pelo meu peito nu sem perfume


Sou como uma velha catedral exposta ao mundo
Com varandas cheias de frinchas a olhar o céu
Com furtivas e negras caves que arrepiam
E quartos ocultos com paredes secretas que segredam medos e sustos

Pergunto, e eu onde estou?
Hoje dói-me a cor, dói-me o gesto de mim
Onde estou?
Alguém me ouve?
Alguém me responde?
Consegues ouvir-me?
Estou aqui, no meio do tempo do teu relógio imaginário, sentado no ponteiro dos minutos esperando por filar o da hora certa
Consegues sentir-me?
Estou em todos os lugares, e em nenhures. Procuro-te onde não estás e danço no esconderijo onde guardámos os nossos sentidos.


Partiste
Levando aquele amor que não te dei,
As promessas que não cumpri.
As fantasias que não sonhei,
A vida que não vivi.


Partiste,
E apesar de levares tão pouco,
Deixaste-me completamente vazio,
Tal como sou
Um morto que jamais renascerá ao bater de uma asa
Que sacode o silêncio frio, tão gélido como o grito do vento que tombou do céu
No dia em que te conheci.