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sábado, 29 de janeiro de 2011

Nunca mais


Sonhos são como nuvens deitadas num canto de mim. Envolvem-me no seio das suas gotas orvalhadas de desejo.


Em alguns sonhos quero proteger-me do massacre que me inunda a alma de paixão.

Quando o meu corpo, fraco me atraiçoa é porque o desejo manda e estremeço diante do que só os meus olhos conseguem ver.

Sempre que olham para dentro e sinto o prazer, o sabor de me conhecer neste conflito insano e aflito de te querer.

Na palma da mão, revejo as linhas incertas do destino, o desatino do desejo, o beijo molhado na boca escondida pelas dobras da noite fria.

E a noite fria, gela-me o corpo débil, o coração ferido, a alma devastada. Cubro o meu corpo com agasalhos de luz.

Lutei enlouquecidamente. O despertar de 2010 foi mais que um desafio. Foi um acordar lento e doloroso.

Não quero recordar as lágrimas derramadas pelos meus olhos inflamados. As gotas de sangue que escorreram do meu coração em chaga.

Tudo que me apavorou no ano, ainda carrego como tatuagem. Está aqui na alma.

Viajei dentro de mim. Descobri uma dimensão para as coisas que eu julgava não serem importantes. Percebi a grande incerteza da vida, a enorme beleza das pedras, a essencial delicadeza necessária que une e afasta as pessoas. Acima de tudo, senti o que é o medo da espera.

Despedacei e vi muita coisa despedaçada ao meu redor. Lembro-me constantemente da célebre frase de Nietszche; “ o que não me mata, me deixa forte”.

Não sei se estou ou não mais forte, sei apenas que não sou o mesmo. Tenho ainda um longo caminho para atravessar. Não sei se vou conseguir realmente atravessá-lo. O fim da jornada pressupõe um novo recomeço. A vida por um fio, a dúvida, o medo, e dor têm sabores amargos que não desejo a ninguém.

O tempo foi meu inimigo e meu aliado, nada está completamente estável. No entanto, estou vivo. Senti que perdoar faz bem e é saudável.

Através das minhas mãos extraí do teu corpo melodias celestiais, inolvidáveis. Notas musicais emanadas pela tua boca que se espalharam pelo infinito. Arranquei-te sussurros e fantasia quando a minha pele se colava à tua no lençol estonteante da felicidade. Mas, tu… tudo deixas escapar sorrateiramente por entre os teus sensuais finos dedos. Porquê? Porque a força do amor nem sempre aniquila a pujança do egoísmo, da incerteza e da morte

Eu sempre acreditei que o mundo da música é o mundo do sentimento porque é aquilo que é mais íntimo e indizível, sinto que nunca mais haverá melodia mais bela que a nossa.

Nunca mais.

Lamento que a nossa melopeia tenha sido curta como uma rédea apertada, instável como as marés da nossa praia do desejo, volátil como o ar que respirámos sofregamente na loucura do prazer.

Nunca mais.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!




Quando te conheci, reconheci-me.

Amaste-me ao primeiro sentir. Senti-me no início do teu amor.
Beijaste-me num dócil enjoo. E na mareagem do teu beijo senti-me embalado.

Estava atado a ti, e demonstrava-to em reacções físicas.

Em propriedades químicas fiz transformar o teu corpo que com meiguice tocava.

O teu corpo açoitava o meu com carinho, calor e partilha.

Em ti brotei como botão de rosa.

Uma rosa floriu para mim.

Do meu ninho me roubaram, me amputaram de ti.

O frio do desamparo entranhou-se nos alvéolos do meu peito.

Gelou-me o sangue que me percorria o corpo.

Senti-me asfixiado, desamparado, desprotegido perdido e gélido.

Fui açoitado por uma mulher de branco vestida, com aguilhões de metal tal como Cristo flagelado pelo seu carrasco.

Então chorei…

Senti a ansiedade de te perder. O momento não chegava.

Outro coberto de lácteo lavava as mãos como Pilatos. Voltaram a trazer-me para junto de ti.

No teu ventre me escondi. No teu peito me aqueci. Do teu seio vivi.

E na tua voz em silêncio te ouvi.

"Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!"

Voltei a chorar…

Até a tua face tocar, os dias foram nascendo, para a noite descansar.

O tempo galgou, cresci…

Apesar do estado que te assombra

Apenas tu me ensinas a amar.



Amo-te




segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Anjos da noite



Esta noite antes de fechares os olhos, abre um pouco a janela.


Desenlaça o lençol branco que tem a fragrância do incenso do meu desejo.

Desnuda-te das roupas que usas nos dias de todos os dias e deita-te despida na virgindade da tua oferta.

Espera por mim como se esta fosse a tua primeira noite de amor, e espera por ti como se esta fosse a minha primeira noite de amor.

Eu serei o teu capricho perfeito.

Usarei os meus dedos macios nos teus seios cor-de-rosa.

Usarei o odor de todos os poros da minha pele para te seduzir.

Usarei a nudez da minha alma para te encontrar.

O meu sorriso entrará no teu sonho.

O meu corpo invadirá o teu em deleite.

Beberei o teu suor doce depois do teu júbilo final.

Saberás assim, do meu sabor por descobrir.

Seremos anjos, tu e eu, esta noite.