Já senti a vida demasiado perfeita, para ser contada, como numa história, num conto de embalar.
Já acordei com o roçar dos teus cílios nas minhas costas como um brando bater de asas.
Já amarrotei os meus pensamentos e rasguei os meus sentimentos.
Já ouvi o bater do coração na minha pele.
Já experimentei os teus braços envolverem-me como raios ao nascer da manhã.
Já fiz acordes no seio do teu pescoço.
Já te afaguei o ventre como as notas de piano na memória dos dedos.
Já cerrei os olhos para o sonho chegar.
Já deixei a maresia envolver o meu corpo e o som das gaivotas inundar-me de silêncio.
Já senti de modo devasso roçar em mim o dia.
Já muitas vezes o silêncio foi o nosso melhor amigo.
Sempre que as palavras não ecoam, os olhos não vêm e apenas o coração dói, não digas nada porque sem palavras, não há sofrimento.
E, já te divia ter dito:
Quando te sentires isolada numa noite de inverno, ampara este meu texto bem apertado junto ao peito para eu poder alentar com um beijo cálido o teu coração e assim não me perder no desassombro do esquecimento.
3 comentários:
sente-se a tristeza e o calor das tuas palavras como se as tocasse...
beijo
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