Cai o dia nasce a noite.
Fico só… a vaguear no ilimitado labirinto do meu pensamento.
Ando a tentar aprender a não chorar por qualquer querer, por qualquer aflição entoada por uma guitarra qualquer.
Nem todas as melodias que me soam nos ouvidos são harpejos tocados nas cordas metálicas de uma genuína Stratocaster.
Ando a tentar aprender que nem tudo o que reluz é ouro, em que o lustre não passa de um reflexo adquirido.
Estou cansado de ver correr a água do rio, na fronha da minha almofada.
Estou esgotado de lutar contra moinhos de vento, que moem os grãos do sustento da minha existência, farto que me cantem rosas em dias soalheiros de esperança.
Não me ponham flores na minha alma, quando me arremessam espinhos para os olhos.
Falem-me antes da paixão das roseiras, da inocência das margaridas, do belo amor-perfeito que o é por si mesmo, da modéstia da violeta, ou do suave aroma do jasmim, enquanto o vento sacode uma oração sussurrada entre dentes, tal qual adolescente inundado de uma modesta e estonteante inocência que em tudo o que toca e olha lhe atravessa a pele ciciante.
Não falem da minha cobardia, nem das criaturas que choram a embriaguez dos seus próprios passos.
Sinto no corpo a saudade e o desejo de te amar!
E as horas vão passando, talvez rumo ao infinito. Mas estou cansado deste meu grito, da hora que não tem hora, do dia que não está escrito.
Não me rasguem nunca mais o suor da minha nudez, porque na penumbra de um olhar, somente a sombra me abraça.
Podem a partir de hoje sangrar-me a boca com trapos alagados de odores afrodisíacos de desejos contrafeitos…
Apenas e só busco a chave que possa abrir um coração que se fechou ao mundo.
Mas não me cantem rosas em dias soalheiros de uma esperança nebulosa.
1 comentários:
Meu querido amigo
Que encontres essa chave, que te falta para seres feliz...procura-a em ti.
beijinhos
Sonhadora
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